

Tudo começa com uma certeza: espaços frequentados por muitas crianças podem estar sujeitos à disseminação de viroses, entre elas a Doença Pé, Mão e Boca. Como o próprio nome já diz, é caracterizada por pequenas feridas nessas partes do corpo, entre outros sintomas.
Segundo a pediatra Marcilene Teixeira Lima Oku, a infecção é causada pelo vírus Coxsackie – presente no intestino, e embora possa acometer também os adultos, é mais comum na infância, antes dos 5 anos de idade. É transmitida por meio da saliva, lesões de pele e contato com fezes contaminadas. “Quando falamos no contato direto, se a pele estiver sem lesões, abraçar ou pegar na mão não transmite a doença. Mas se essas vesículas da pele estiverem rompidas pode haver o contágio. Outro exemplo são os objetos que podem conter saliva, como por exemplo, os brinquedinhos que os bebês colocam na boca, esses sim podem ser uma fonte de transmissão”, diz.
“A manifestação começa como se fosse um quadro viral comum, como outro qualquer. Os primeiros dois e três dias costumam vir com febre, muitas vezes bem alta, então aparecem as lesões na boca, e após alguns dias, lesões na pele, que costumam ser principalmente nas palmas das mãos e na planta dos pés. Entretanto, elas não ficam restritas apenas a essas regiões, podem aparecer, mesmo que com menos frequência, nas nádegas, nos joelhos, cotovelos e no tronco”, explica a pediatra. E acrescenta que o período de incubação do vírus é de 1 a 7 dias até surgir o quadro completo ou parcial da doença.
O tratamento consiste em amenizar os sintomas e o desconforto. Como a boca faz muitas aftas, alimentar as crianças nessas condições, segundo a médica, é um desafio, mas com as defesas do organismo, o quadro clínico melhora espontaneamente, de 7 a 10 dias. Com o auxílio de antitérmicos, medicamentos para coceira e analgésicos prescritos pelo médico, o tratamento irá ajudar a criança passar esse momento de dor e dificuldade.
Já para diminuir o contágio, a pediatra faz um alerta: “Criança febril, de preferência, não deve frequentar a escola. Na fase da transmissibilidade quanto mais crianças tiverem contato com o vírus mais casos irão aparecer”. Segundo Marcilene, apesar do desconhecimento, a doença é muito frequente, no Brasil o número é de até 150 mil casos por ano, com maior incidência no outono. “Infelizmente a criança não desencadeia imunidade a longo prazo, a doença pode acontecer mais de uma vez, mas muito difícil no mesmo ano”, finaliza.
Dra. Marcilene Teixeira Lima Oku, Pediatra CRM 13661 PR.